No século XIX, o Romantismo moldou os movimentos culturais da época exaltando a beleza pela melancolia e a curiosidade pelo obscuro. Esta interseção entre o sombrio e o romântico ainda fascina a moda, a arte e a cultura. Num mundo veloz e cada vez mais superficial, o desejo por narrativas visuais que evocam mistério, nostalgia e um senso de profundidade emocional ressurge com força.
A estilista Simone Rochas e a artista Amanda Charchian são duas criativas que exploram subversivamente o feminino, brincando com o contraste entre símbolos que exprimem delicadeza sem os reduzir à fragilidade. O desfile da Valentino, apresentado em março, também flerta com esses elementos dramáticos e paradoxais.
De forma menos profunda e mais sarcástica, Miley Cyrus estrela a campanha de perfume da Gucci em um cenário que apela para o kitsch, enquanto o estilista Gabe Gordon fez uma das estreias mais elogiadas desta edição da semana de moda de Nova York com a coleção “Rubber Boyfriend”, inspirada nos (assombrosos) anos de ensino médio e nos estereótipos associados a essa fase.