Num mundo com cada vez menos fronteiras na comunicação, certos códigos estéticos começam a se tornar universais e até banais. Na contracorrente da globalização (em seu sentido mais amplo e literal), surge um anseio por reconexão com as origens. O tema reforça imaginários locais diante de um contexto em que, apesar da fluidez digital, políticas intolerantes crescem ao redor do mundo.
Arte e cultura são sinônimos de resistência e resgate identitário. A artista Camila Apaez criou um revestimento de parede que traduz o seu sentimento ao cruzar uma fronteira; o cantor Bad Bunny, em seu novo álbum, defende a história e cultura de Porto Rico; enquanto o artista plástico mexicano Dr Lakra se apropria do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade (1920) para questionar: tupi or not tupi?
Na gastronomia, a América Latina não poderia estar mais em alta. Desde 2022, o Central, em Lima, está entre os melhores do mundo. As curvas e formas orgânicas complementadas com pedras coloridas do joalheiro Hernan Herdez imprimem malemolência e a vivacidade dos latinos.