O artista e designer Pedro Ávila é nosso convidado da semana e apresenta INSPIRAÇÕES que alimentam seu processo criativo. Seus móveis e objetos empregam técnicas como modelagem direta em cerâmica, entalhe em madeira, fundição em metal, usinagem em pedra etc. Observar a diminuição das fronteiras entre arte contemporânea e o design é um dos seus principais pontos de reflexão.
Marcel Duchamp, por exemplo, ao expor um mictório como escultura, prova que a arte está mais relacionada à reflexão do que à execução. Essa ideia surge junto ao avanço da tecnologia industrial, que introduziu novas técnicas aos artistas, mesclando funcionalidade com estética e validando a convergência entre arte e design. A poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, comprova isso, já que, desde 2017, faz parte do acervo do MoMA, dentre tantas outras peças de design.
Pedro também acredita que, com a saturação de informações, as pessoas desenvolveram apego à matéria, levantando questões críticas sobre nossas conexões com objetos. Para Ávila, criativos como Kooij, Maarten Bass e Marcin Rusak, embora distintos em estilo e técnica, questionam além de função ou estética convencional. Suas obras despertam desejo, memória, tato e até desconforto, revelando como o ser humano projeta emoções em objetos, levantando algumas reflexões: por que queremos tocar, guardar, eternizar? O que diz isso sobre nós?