Na complexa e delicada discussão sobre a adultização, existe uma tensão que também vem chamando atenção: a infantilização dos adultos, batizado de kidult pelo universo das tendências. Nos últimos meses, a volta de hábitos infantis como as febres do bebe reborn, labubu e até uso de chupetas como forma de alívio ao stress e ansiedade vem dominando as manchetes e evidenciando os aspectos regressivos da sociedade.
Segundo a psicanalista Ligia Silber, a fantástica fábrica de propaganda, marketing e comunicação têm usado a neuroeconomia para desenvolver produtos e narrativas que tenham a nostalgia afetiva como arma de potencializar o consumo. Este ano, por exemplo, a Serpentine chamou o arquiteto Sir Peter Cook para construir, em parceria com a Lego, um pavilhão “para brincar”.
Editoriais de moda também estão usando e abusando de elementos infantis para compor a narrativa de marcas ou personagens. Como é o caso da W Magazine na matéria com Lena Dunham e da The Face Magazine. Bichinhos, bonecos e robôs também estão por toda parte, seja no perfume Phantom, da Paco Rabanne ou em grande escala para decorar a loja da Gentle Monster.