Na mitologia grega, cabia às três Moiras determinar a vida dos deuses e homens. Seus destinos eram fiados, trançados e cortados por elas. Tanto no mito quanto no mundo, os fios e suas tramas se perpetuam e, por meio deles, é possível desvendar a evolução e o desenvolvimento de nossa história.
Atualmente, saberes e técnicas ancestrais se entrelaçam às expressões estéticas contemporâneas. A artista Chiharu Shiota, por exemplo, se apropria dos fios para criar instalações que expressam o intangível como memórias, sonhos, silêncio, etc., enquanto a artista norueguesa do século XX, Hannah Ryggen, usava a lã de seu rebanho de ovelhas para criar tapeçarias que criticavam a guerra e os regimes autoritários.
Por outro lado, os fios podem ser meros objetos de desejo, reafirmando o valor e a inspiração dos saberes manuais, como na coleção de verão de 2024 da Bottega Veneta, que evidencia o fatto a mano explorando o entrelaçado dos tecidos em diferentes técnicas, texturas e materiais. No caminho oposto ao artesanal, mas não menos desejável, o estúdio de design industrial AndreAndShay desenvolveu o primeiro móvel de tecido feito em impressão 3D.